Instalação de Cabos: Em Dutos Subterrâneos

Instalação de Cabos: Em Dutos Subterrâneos

4 de novembro, 2019

INSTALAÇÃO EM DUTOS SUBTERRÂNEOS

Este tipo de instalação é utilizado quando principalmente existem vários circuitos a serem lançados em uma mesma rota ou também quando é prevista a ampliação de carga ou o lançamento de novos circuitos. É usual a construção do banco com dutos reserva. Oferece uma boa proteção mecânica para os cabos. Tem com principal ponto negativo, uma maior resistência térmica o que reflete no dimensionamento da seção elétrica dos cabos.

a) Esmagamento
Quando os dutos são projetados para instalação de três cabos unipolares, seu diâmetro (duto) deve ser sempre menor do que 3 vezes o diâmetro do cabo. Isto para que seja evitado que um dos cabos se localize entre os dois outros. sofrendo esmagamento — efeito sanduíche. Na prática se recomenda 2,8 vezes o diâmetro do cabo unipolar. Por outro lado, o risco de esmagamento dos condutores também pode ser evitado, utilizando uma relação entre diâmetro do cabo e do duto maior do que 3.2. A faixa critica. que deve ser evitada está entre 2,8 e 3,2 vezes o diâmetro externo do cabo.

b) Curvatura admissível
Cabos com isolação polimérica devem respeitar raios mínimos de curvatura estabelecidos na tabela 01 (cabos sem proteção metálica) ou na tabela 02 (cabos com proteção metálica). Estes valores são válidos para curvaturas em estado permanente durante as instalações. Este parâmetro é fundamental no projeto da linha de duto. Existindo mudança de direção da linha de duto, é sugerida a utilização de caixa de passagem (off-set) Na impossibilidade desta, deve ser feita análise critica da tensão máxima de puxamento devido principalmente aos esforços laterais que atuarão sobre os cabos, e que poderão provocar a deformações/ruptura dos fios de blindagem e a inevitável redução da espessura isolante.

Tabela 01 – Raios mínimos de curvatura dos cabos (sem proteção metálica)

Diâmetro nominal do cabo (mm) x Diâmetro externo nominal do cabo
≤ 25 4
> 25 ≤ 50 5
> 50 6

Tabela 02 – Raios mínimos de curvatura dos cabos (com proteção metálica)

Diâmetro nominal do cabo (mm) x Diâmetro externo nominal do cabo
Todos 12

c) Tensão máxima de puxamento
Existem dois modos dos cabos serem tracionados durante o processo de instalação: puxamento pela cobertura e pelo condutor (es). O puxamento pelo condutor (es) deve ser adotado como regra, pois permite um valor de tensão maior do que quando puxado pela cobertura com camisa de puxamento. Este último é normalmente adotado para pequenos trechos de cabos ou mesmo para a arrumação dos cabos no interior das caixas de passagens.

A tensão de puxamento, quando realizado pelo condutor, não deve atingir valores que cause estiramento do material condutor. Esta deformação, mesmo que fique dentro dos limites elásticos do material poderá causar danos permanentes aos cabos de energia. principalmente os de Média Tensão, devido ao destaque das camadas isolante e semicondutora. Um descolamento nesta área certamente será um ponto de ionização devido as descargas parciais. Não deve ser esquecido que na interface semicondutora x isolação está agindo o maior nível do gradiente elétrico. Comprovadamente este fenômeno reduz a vida útil do cabo. Normalmente provoca a ruptura da isolação, caracterizada pelo curto-cuito fase-terra.

O valor limite de tensão para o cobre recozido e para o alumínio duro é de cerca de 7 kfg/mm², porém a INDUSCABOS recomenda o valor máximo de 3 kgf/mm² para condutores flexíveis e de 4 kgf/mm² para condutores rígidos (classe 2). Esta redução se deve ao fato de que a distribuição de tensão durante o puxamento não ser constante. Mesmo que o puxamento seja continuo, dificilmente será uniforme, o que consequentemente poderá ocasionar picos de tensão (esforços) que ultrapassam o valor de 7 kgf/mm².

d) Preparação
d1) Dutos
Outro fato tão importante quanto o dimensionamento dos esforços de puxamento é a preparação dos dutos para a instalação dos cabos. São utilizados vários acessórios para aferir a aptidão do duto durante o lançamento dos cabos. Os mais importantes são:
– mandril, utilizado para a desobstrução e verificação de irregularidades no interior do duto. Geralmente construidos com corpo de madeira e extremidades de aço;
– destorcedor, utilizado entre o cabo de aço e a alça de puxamento, para evitar que esforços de torção danifiquem o cabo de energia durante a instalação. Em geral fabricado em aço.
– escova de aço.
O método usual (figura 01) consiste em passar um mandril com diâmetro pouco menor do que o do duto, acompanhado de uma escova de fio de aço e de uma amostra (2 a 3 m) do cabo a ser puxado. O mandril indicará os possíveis desalinhamentos, obstruções de alvenaria, etc, a escova fará a limpeza e remoção de pequenos detritos. O exame da amostra dará uma idéia de como o cabo será afetado durante o puxamento.

d2) Caixa de puxamento Quando forem previstas alças de fixação nas paredes da caixa (figura 02 “a”), um moitão é fixado à alça para guiar o cabo de puxamento em linha com o duto, enquanto uma guia horizontal é fixada á entrada da caixa para guiar o cabo de aço até o guincho. Deve-se instalar entre o moitão e a alça de fixação um dinamómetro para a leitura das tensões de Na inexistência de tais alças, geralmente é utilizado um telescópio de aço (figura 02 “c”). Este equipamento possui uma alça ajustável próxima a sua base. Ela é apoiada entre o teto e o piso da caixa, de tal forma que suportará á tensão de Outros arranjos podem ser utilizados, como por exemplo tubos de aço com abraçadeiras do tipo Mills (figura 02 “b”), porém a desvantagem deste tipo de arranjo (tubos). é quanto ao tempo e mão-de-obra gastos na montagem e

d3) Caixas intermediárias Na caixas intermediárias devem ser verificados o grau de alinhamento dos dutos por onde passará o cabo de energia. Quando o banco de dutos passa linearmente pela caixa intermediária, se faz necessário a instalação de uma guia horizontal e o uso de boquilha para evitar que as quinas dos dutos danifiquem os cabo (figura 03).

Quando os dutos não são alinhados, deve se utilizar guias ou roletes que dêem ao cabo a curvatura adequada para evitar o seu esmagamento á saída e entrada dos dutos (as curvas provocadas pelos roletes devem possuir um raio superior a 12 vezes o diâmetro externo do cabo) (figura 04).

d4) Caixa de lançamento do cabo A preparação da caixa de lançamento, consiste em posicionar adequadamente a bobina ã sua entrada, e o uso do tudo de alimentação, com o objetivo de proporcionar maior segurança e rapidez no lançamento (figura 05).

e) Puxamento Concluídos todos preparativos, o cabo de aço em que o condutor está conectado é tracionado, sendo recomendado a aplicação de lubrificante sobre a superfície do cabo para diminuir o atrito entre o cabo e o duto (geralmente são utilizados sabão, graxa neutra ou talco).

 

Últimas Postagens
  • 10 de janeiro, 2024

    Catálogo PowerLogic Easergy P3

  • 9 de janeiro, 2024

    Conheça o novo Easergy P3

  • 8 de janeiro, 2024

    Treinamento Presencial Schneider — Relés de Proteção P1 e P3

  • 5 de janeiro, 2024

    Manual Nobreak UPS Senoidal Universal 2200VA

  • 4 de janeiro, 2024

    Relé de Proteção Linha Power P1

  • 3 de janeiro, 2024

    Relé de Proteção Linha Power P1