Rede Compacta VS Rede Convencional

Rede Compacta VS Rede Convencional

19 de janeiro, 2017

Rede de Distribuição Aérea Convencional

Uma rede aérea convencional é composta basicamente por postes de concreto circular ou duplo “T”; cruzetas; isoladores; pára-raios; braço de iluminação pública; condutores; transformadores; bancos de capacitores; chaves corta-circuito; chaves a óleo (equipamentos destinados a estabelecer, conduzir e interromper circuitos elétricos); e os cabos são de alumínio. A fiação pode ser dividida em primária, de 34,5kV, 23kV, 13,8 kV e 11,9 kV, ou secundária, de 220 e 127 V.

Este sistema foi desenvolvido há 50-60 anos e está tecnologicamente saturado, visto que se tem um baixo nível de confiabilidade no sistema elétrico de distribuição de energia. Pelo fato dos condutores não serem isolados, sua convivência em meio onde existe arborização é difícil, pois o simples contato de um galho com o condutor nu pode provocar o desligamento da rede. Também, deve-se destacar que nos centro urbanos existe a necessidade de haver uma coexistência entre as redes aéreas convencionais e as edificações, em função do grande potencial de risco que estas propiciam, devendo-se manter afastamentos mínimos de forma a evitar acidentes com pessoas.

Segundo, a rede convencional é caracterizada por condutores nus, apoiados sobre isoladores de vidro ou porcelana, fixados horizontalmente sobre cruzetas de madeira, nos circuitos de média tensão e, verticalmente, nos de baixa tensão. A rede fica desprotegida contra influência do meio ambiente, apresenta alta taxa de falhas e exige que sejam feitas podas excessivas nas árvores. Pelo fato das redes ficarem expostas, as intervenções para manutenções também são freqüentes. Os danos nestes casos podem ser causados por acidentes com veículos que atingem postes, raios, chuvas, ventos e pássaros.

 

O autor afirma que, se por um lado às redes aéreas são mais baratas de se instalar, por outro elas têm um custo de manutenção de operação elevado depois de instaladas, além de serem menos seguras e constantemente danificadas por ações do ambiente.

 

Rede de Distribuição Aérea Compacta

As redes aéreas compactas surgiram como uma solução tecnológica para que as concessionárias de distribuição de energia pudessem melhorar o nível de qualidade da energia distribuída aos clientes, aumentando a confiabilidade do sistema.

Basicamente, a rede de distribuição aérea compacta é um conjunto formado por cabo de aço e cabos cobertos ou protegidos, fixados em estruturas compostas por braços metálicos, espaçadores losangulares ou separadores de fase confeccionados em material polimérico. Todo este conjunto de cabos é sustentado por um cabo de aço guia que é também utilizado como neutro do sistema de distribuição, sendo assim denominado de cabo mensageiro. Os cabos cobertos ou protegidos são apenas encapados, não podendo ser considerados como isolados eletricamente por não terem seu campo elétrico confinado.

A instalação de redes aéreas compactas, além de aumentar a confiabilidade do fornecimento de energia elétrica e melhorar os indicadores técnicos de qualidade, promove a preservação da arborização reduzindo drasticamente a necessidade de podas de árvores e a utilização de cruzetas de madeira.

 

 

Além disso, com a utilização deste tipo de rede, reduzem-se consideravelmente os custos e a periodicidade das intervenções na rede de distribuição para manutenção preventiva, corretiva e podas de árvores ao mesmo tempo em que fornecem a compactação da configuração da rede aérea de distribuição, minimizando a poluição visual ocasionada pelo excesso de estruturas para sustentação dos cabos e equipamentos.

Vantagens x Desvantagens da Rede Compacta em relação à Rede Convencional

A rede aérea convencional apresenta diversas desvantagens e algumas serão apresentadas a seguir, deve-se conscientizar que a solução não se trata de algo complexo e sim que a evolução dos materiais e as técnicas de implementação surgem para melhorar a qualidade de energia.

· Saturação Tecnológica

O modelo convencional de redes elétricas aéreas apresenta uma saturação tecnológica, entende-se por esse termo um uso excessivo e prolongado de tecnologia a partir de uma acomodação que se formou enquanto os interesses em utilizar uma nova alternativa eram sempre menores do que a soma de outros interesses envolvidos e uma forte cultura estabelecida. A linha de distribuição primária aérea existe dessa maneira convencional desde a época em que a transmissão de eletricidade foi concebida. Quase nada foi alterado em relação aos elementos do sistema que continuam com os mesmos nomes. Somente os postes deixaram de ser de madeira ou ferro para serem de concreto armado, e agora as cruzetas que se usavam de madeira passam a ser usar de concreto em muitos casos. Em outras linhas os isoladores continuam sendo de vidro ou de cerâmica, sendo que somente nessa década passaram a ser utilizado com freqüência isoladores de material polimérico. Os cabos continuam sendo de alumínio nu e a manutenção feita com o auxilio de escadas.

· Elevada Taxa de Falhas

A rede de distribuição de energia elétrica convencional está exposta às condições do ar (raios, excesso de umidade, deposito de salitre em ambiente litorâneo, etc) e por esse motivo apresenta elevada taxa de falhas.

Essa elevada taxa de falhas apresenta-se cada vez mais incompatível com as necessidades que o uso da eletricidade vai impondo a vida moderna. Por isso que o órgão regulador está monitorando e cobrando cada vez mais uma melhoria contínua nos índices de DEC e FEC das concessionárias que por sua vez tem uma relação direta com as falhas presentes nas linhas convencionais de distribuição.

· Interferência no Meio Ambiente

Essa interferência está presente principalmente na poda de um grande número de árvores que estão na mesma direção da faixa de passagem conforme pode ser visualizado na figura 5. Além desse aspecto de intervenção externa que priva o meio ambiente de sombra e outros benefícios da vegetação retirada, podemos incluir como agressão ao meio ambiente e diferença de estética das ruas.

· Exposição ao Perigo

Outra desvantagem dos sistemas convencionais é a exposição ao perigo a que estão sujeitas as pessoas que circulam em locais próximos a faixa de passagem. Quando por exemplo à construção caminha paralelamente a rede, a proximidade leva a situação de extremo risco. E não é mais novidade acontecerem acidentes com linhas primárias sendo elas instaladas em postes ou quando ocorre rompimento de cabo energizado. A figura 6 mostra uma linha aérea convencional oferecendo risco de acidente.

· Conseqüências

Com todas essas desvantagens têm por conseqüência um elevado custo de manutenção preventiva e corretiva que, conforme será visto na análise econômica, compensam os investimentos em redes mais modernas, como as redes aéreas compactas.

Referência: Benefícios da Rede de Distribuição Aérea Compacta 15KV por André Luis Ribeiro

 

Últimas Postagens
  • 10 de janeiro, 2024

    Catálogo PowerLogic Easergy P3

  • 9 de janeiro, 2024

    Conheça o novo Easergy P3

  • 8 de janeiro, 2024

    Treinamento Presencial Schneider — Relés de Proteção P1 e P3

  • 5 de janeiro, 2024

    Manual Nobreak UPS Senoidal Universal 2200VA

  • 4 de janeiro, 2024

    Relé de Proteção Linha Power P1

  • 3 de janeiro, 2024

    Relé de Proteção Linha Power P1